domingo, 20 de junho de 2010

Carta para mim na loucura de um dia...

O que estás fazendo nesse buraco, Alice? Pare com essa loucura, tudo não passa de sonho! Volte para a realidade onde todos dizem sim, onde todos dizem não! Não vá atrás do coelho! Na verdade, não existe coelho algum! Tudo não passa de frutos da sua loucura!
Alice, Alice...Você "cresceu" tendo essas visões, sonhos estranhos! Você é estranha! Parece de "outro mundo". Mas compreendo. Dizem que de louco todos tem um pouco, não é verdade? Será mesmo? Verdade? Mas o que é verdade para você, querida Alice?
Será que se importa em viver nesse outro mundo? Em ser louca do jeito que és?
Saia já desse buraco! Sua mãe não vai gostar nada de te ver ai dizendo estar atrás de um coelho!
Na verdade, vou sair daqui! Não quero que me vejam perto de você! És realmente louca e não quero me contagiar! Fique ai mesmo com seus loucos sonhos, quem sabe um dia você cresça e vire uma pessoa normal como todos nós! E ainda chama esse lugar de "País das Maravilhas"...Só você mesmo, Alice!!

Jéssica Zaparoli

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O que minha vida tem deixado para trás?...
O que sua vida tem deixado para trás?
O tempo foi feito apenas para as boas lembranças...se foram acertos, dê risadas...se foram erros, aprenda e também dê risadas...
Lembranças de uma história feita para ser contada e recontada anos depois...Contada com um sorriso... uma vida bem vivida...bem desenhada numa folha em branco, completamente preenchida pelos rabiscos, pelos caminhos percorridos por você!!...

Jéssica Zaparoli
 

sábado, 12 de junho de 2010

Carta de alforria

A liberdade é algo intrigante.
Falam tanto sobre ela, mas nunca estivemos tão longe de obtê-la plenamente!
Carta de alforria? Foi dada há muito tempo para escravos, entretanto somos todos escravos! Sempre fomos!
Talvez eu não seja uma revolucionária dos tempos modernos ou uma revoltada que fala o que vem à mente, ou talvez seja! Seu ponto de vista dependerá apenas da sua própria liberdade. Sou apenas mais uma escrava em busca da minha própria alforria! Vivemos diante de uma sociedade que impõe sobre a vida a maneira de ser vivida. Você é escravo da moda, escravo da tecnologia, escravo do que as pessoas pensam que sabem sobre você, escravo da vida... É difícil ampliarmos nossa mente para enterdermos então o que é liberdade, já que não temos como nos "alforriar" dessa escravidão. Mas existe uma liberdade que não pode ser tirada, é a liberdade de sua mente! Pensamentos são a fuga para um mundo que só você conhece: O SEU MUNDO! É difícil entender o poder dessa liberdade! As pessoas não te entenderão certamente! Não são programadas para isso! Por isso enxergo a solidão como a minha liberdade! Vivo como sendo escrava da sociedade, porém livre para pensar, para viver do jeito que acho que a vida deve ser vivida! Ser escravo não é um destino! É uma decisão. Você é responsável pelo seu destino! Você é responsável pela sua liberdade ou pela sua escravidão. E quanto à solidão? Só quem a possui pode dizer o quanto essa liberdade faz bem...LIBERTA!! Algo inigualável e que só pode ser provado por poucos...apenas por poucos!


Jéssica Zaparoli
A minha solidão é a minha liberdade! Entendam como puderem...se puderem!!!

Jéssica Zaparoli

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Texto dedicado à mim por Elen Rita...Leia com atenção cada Maria!

Carta para Maria das graças
                             Paulo Mendes Campos

         Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas. Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti. Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.
A realidade, Maria, é louca. Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade Dinah, já comeste um morcego?" Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira. A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada ou vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta. Somos todos tão bobos, Maria.
Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo. Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave.
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon" Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gato se fosses eu?"
Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?"
É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre onde quiseres, ganhaste.
Disse o ratinho: "A minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance só é o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energeticamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo" Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.
E escuta a parábola perfeita: Alice tinha diminuido tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo.
E como tomar o pequeno por grande e grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor. Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.
Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado.
Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas". Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Viva!


"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."  Charles Chaplin

O Que É, O Que É? (Composição: Gonzaguinha)

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida podia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

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